Autoconhecimento: para quê?
Quando algo ou alguém começa a gerar um desconforto dentro de nós, é comum que passemos a criticar algo que é externo à nós.
Você deveria saber por que algo costuma te incomodar.
Criticamos o sistema do banco, criticamos nossos vizinhos, criticamos nossos parceiros, criticamos nossa cultura. Conseguimos até elaborar uma pequena tese dentro de nossas mentes sobre as razões pelas quais o outro está errado ou está fazendo algo que não deveria.
E aí, é claro, cada cabeça uma sentença. Se ficarmos congelados tentando justificar as razões pelas quais estamos certos, entraremos em um looping de convencimento.
A proposta aqui é que antes de você começar uma conversa ou mesmo uma discussão sobre algo, você primeiro entenda como isso reverbera dentro de você. Parece muito simples, mas quando iniciamos essa jornada nos deparamos com dificuldade de dizer como nos sentimos.
Perguntei hoje mesmo numa sessão: O que você sente quando você está com essa pessoa que você não sente quando está com qualquer outra.
A resposta… “Eu não sei….”
Quando sabemos o que sentimos, vamos entrando em uma zona maior de segurança com nós mesmos. Nos sentimos mais seguros e tranquilos em relação ao mundo o qual fazemos parte. Isso acontece pois não dependemos do outro para sentir X, Y ou Z sentimento, dependemos apenas da nossa compreensão, sem julgamentos.
Se você já sabe que sente medo ao estar com a “Tereza”, você pode começar a entender por que a Tereza mexe com você, ao invés de sair detonando o jeito dela. Se você sabe que sente inveja do “Rodrigo”, não há necessidade de diminuí-lo na frente dos outros. Se você sabe que a opinião da “Flávia” é importante para você, é possível que você relaxe mais e seja aberto na interação com ela.
Quanto mais nos conhecemos, menos assustador o mundo se torna. Pois assim passamos a nos entender como seres que estão em interação com o mundo, mas que somos responsáveis sobre como as emoção se passam dentro de nós. Assim, podemos trabalhar naquilo que nos gera mais desconforto: necessidade de aprovação, medo do abandono, falta de confiança em si mesmo, etc.
Há um descanso da briga para que o outro seja como gostaríamos. Não é fácil, eu sei. Sei mesmo. É uma construção, um processo, mas quando a mente está mais clara, conseguimos olhar para nós mesmos e ver tudo sob essa perspectiva.
Vamos praticar?
- Qual a questão que mais está ocupando sua mente nos últimos dias?
- Que fala mais te incomodou no última semana?
- O que você gostaria de sentir de forma diferente?
Essas pequenas perguntas podem te ajudar a entender um pouco sobre aspectos externos que mexem com você. Depois de respondê-las, tente entender o que seu modo de pensar tem a ver com isso.
Vamos praticas a responsabilidade sobre nossas emoções e compreender nosso funcionamento interno?
Seguimos!!
Por Luiza Domingues, psicóloga clínica.
Este texto foi publicado originalmente no Olhares para Dentro, que hoje atualmente faz parte dA Casa da Vida