O que é Equilíbrio Emocional

Ao perguntar para as pessoas o que elas entendem por Equilíbrio Emocional, a imagem de alguém totalmente pacífico diante da mais adversa situação pode vir à mente. Espera-se que uma pessoa equilibrada nunca fique brava, grite ou perca a paciência. Mas perceba que, quando esperamos apenas reações pacíficas, estamos ignorando um universo imenso de emoções e sensações presentes em todos nós.

Como é citado Haemin Sunin, numa reportagem da Revista Vida Simples: “manter a calma não quer dizer que vamos ver uma situação adversa como agradável, mas entender que bufar, sair de si ou espumar de raiva, nos afasta da possibilidade de desenvolver uma compreensão mais leve do problema.”

A grande questão que está em cheque aqui é nossa reatividade. O que quero dizer?

Sabe quando alguém te diz algo e você, sem parar para pensar, já responde de uma forma agressiva ou impulsiva? Pois bem, se você não compreende a razão de sua reação, temos que parar um pouco e respirar nesse lugar. No instante entre o estímulo e a resposta.

O equilíbrio emocional diz respeito a maneira como lidamos com nossas emoções. Todas elas. Raiva, Medo, Desgosto, Repulsa, Inveja, Serenidade, Paz, Tranquilidade. É um gerenciamento de emoções, e não seu controle ou repressão. Não adianta segurar a emoção, não olhar pra e, então, somatizar em outra área da vida.

A chave para essa questão, a meu ver, é a compreensão do seu próprio funcionamento pessoal. Se você entende que é uma pessoa bastante controladora e sabe que não ter o controle sobre algo te deixa inseguro, vai compreender o motivo pelo qual se irrita quando alguém não te dá algum tipo de satisfação, por exemplo. Compreendendo a base de seus desconfortos, ficará muito mais fácil não ser reativo à eles.

Isso não significa ser passivo, mas parar de jogar a responsabilidade do que você sente para o outro. É responsabilizar-se pelas próprias emoções e entender do que o SEU organismo precisa para encontrar um caminho do meio e um bem estar interno. “O foco não é no que você está tirando do mundo, mas no que você está trazendo ao mundo. Este é o florescer humano.”, diz Allan Wallace.

Além disso, podemos encontrar atividades que nos possibilitem momentos de pausa e relaxamento para que o organismo recarregue as energias neste mundo caótico e cheio de informações. É boxe? São mais horas de sono? É Yoga? Uma caminhada ao ar livre? Meditação? Não importa. O objetivo é você mesmo tomar as rédeas do seu mundo interno, permitindo desalinhamentos, e buscar aquilo que melhor se encaixa à você.

Algumas vezes uma simples pausa para um café sem estímulos já é suficiente para estar consigo e retomar o equilíbrio.

Para cultivar o equilíbrio emocional, Alan Wallace coloca que a chave é nossa mente e nosso corpo. Uma pessoa que pode controlar sua atenção e sua entrega corporal pode ter controle sobre o tipo de realidade que tem a sensação de estar experimentando.

Em uma de suas apresentações ele brinca que podemos ser miseravelmente infelizes se ficarmos numa sala sem nenhum estímulo externo, trazendo a infelicidade como um trabalho interno. A boa notícia é que também é possível sentar nessa mesma sala, sem estímulo nenhum e sentir-se verdadeiramente feliz, através de um trabalho igualmente interno.

A CADA MOMENTO, AQUILO QUE PRESTAMOS ATENÇÃO, É A REALIDADE

– William James

Ele lembra que trabalhar a mente para estar presente, menos acelerada, sem ruminar tantos pensamentos e imagens, colaborará para atingir o Equilíbrio Emocional. Quando a mente é aprisionada nas emoções, memórias ou desejos, não conseguimos ver nada além disso. Esse caminho não proporciona equilíbrio emocional.

Quando pensamentos, imagens, desejos ou emoções surgirem. Ter a consciência deles, nos dá a possibilidade de fazer escolhas mais sábias quando um impulso surgir. Veja bem! Não significa que o impulso não virá, mas trata-se de identificá-lo e fazer uma escolha a partir disso. Desta forma, não seremos carregados para dentro de cada impulso, cada emoção, mas fazemos uma escolha, levando em consideração o que será bom pra nós mesmos e para os outros. (Allan)

Sendo assim, cabe a você essa escolha. Escolher para onde quer direcionar sua energia, sua atenção. Se é para fora, exercitando os julgamentos, reatividade e impulsos ou se é para dentro, compreendendo seu mundo interno, se responsabilizando por ele, de forma que possa se relacionar de uma maneira mais leve consigo e com o mundo.

Qual sua escolha?