Próximo de si mesmo

Suprimir uma emoção gera mais tensão do que identificá-la. Não há emoção positiva ou negativa, mas ela pode nos levar a respostas construtivas ou destrutivas.

Quando ouvi esses dizeres de Eve Ekman pela primeira vez, já gostei de seu ponto de vista. Especialista em identificar micro expressões faciais, trabalhando com seu pai, Paul Ekman (psicólogo que inspirou o seriado Lie To Me e auxiliou no filme DivertidaMente), Eve se encanta ainda mais como mundo interno, assim como eu.

Ela traz que há diversas formas que encontramos de nos afastar de nós mesmos, como as redes sociais, álcool, festas, entre muitas outras. Isso não significa que essas distrações são ruins, mas podemos olhar para o motivo pelo qual estamos nos distraindo.

Por exemplo: quando uma pessoa está triste, e dá espaço para essa tristeza, ela pode entrar em contato com a necessidade de acolhimento e proporcionar essa sensação para si próprio. Buscando um amigo, um familiar, um grupo. Então, temos que pensar se as distrações (como bares e mergulhos em frente da TV) irão atender essa necessidade que o corpo está manifestando.

Passamos muitas horas inconscientes do que está acontecendo naquele exato momento, pensando no futuro ou no passado. Se ficarmos sempre nesse modo de atenção, podemos perder a habilidade de perceber nossas emoções.

É muito importante cuidar de si mesmo.

Quando esteve em São Paulo, no último sábado, Eve trouxe uma prática de “dar as mãos para as emoções”, sem abraçá-la ou reprimi-la. Apenas observando o que acontecia no corpo, quando em contato com a emoção. Depois de ficar um tempo percebendo a emoção e o corpo, era possível notar que ela começa a dissipar e pode até desaparecer. [A única recomendação é não fazer quando a sensação identificada for pânico]

Por fim das contas, todos nós apenas queremos nos sentir bem. Chegar em casa no fim do dia e estamos tranquilos. O ser humano quer ser feliz. Mas não é aquela felicidade de comer uma boa comida ou sair para uma festa. A felicidade genuína não depende do externo. Isso é algo que podemos cultivar todos os dias. Com isso, diminuímos a expectativa daquilo que o mundo pode oferecer à nós.

Para iniciar o desenvolvimento da felicidade genuína, precisamos nos aproximar de nós mesmos, dos nossos corpos, pensamentos e sentimentos.