Sobre pausar e estar consigo
Na semana passada compartilhei um texto que contou um número de compartilhamentos que me surpreendeu. Qual era o conteúdo?
Pausas.
As pessoas estão sedentas por pausas. Identificam-se com a necessidade de parar, descansar, sentir e relaxar. As aulas de yoga crescem em público, assim como os ritos, consultas terapêuticas, massagens e práticas espirituais. Todas essas são formas de separar um tempo para pausar. Mas por que fazer isso é tão difícil?
Parar significa sentir a si mesmo e entrar em contato com o vazio algumas vezes. O vazio em não se fazer nada. Nada para ler, nada para assistir, nada para interagir. Sem computadores, sem celulares, sem pessoas.
Apenas você e sua mente. Ali, olhando para o vazio. Para uma parede branca talvez, para o teto, não importa. Nada te distrai, a não ser você mesmo.
O que vocês fez hoje à tarde? Nada. Simples assim.
Mas não é tão simples. Em um mundo no qual as pessoas jantam com celulares à mesa, checam mensagens enquanto estão aguardando o semáforo abrir ou leem e-mails dentro do elevador, parar está cada vez mais difícil. Atualmente, mudamos a forma de ver as horas. Nos atentamos a “quanto tempo falta”, ao invés de saber que horas são.
Sorte a minha em ter o texto de Nilton Bonder como sugestão de leitura. Ele nos lembra que a natureza tem pausas: a noite, o inverno, a morte. Bonder diz que “onde não há pausas, a vida lentamente se extingue”.
E isso é sério. Descansar é uma necessidade do corpo e da mente. Parar é estar atendo a si mesmo. Desfrutar da própria companhia e perceber reais necessidades.
Talvez por isso o número de compartilhamentos tenha sido mais alto que o normal. Muitos de nós querem pausar, desacelerar, tomar o próprio tempo. Querem trocar o “tempo é dinheiro”, por “tempo é saúde”. O texto, de certa forma, nos permitiu explorar este anseio.
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Se você gostaria de ler o texto do Bonder, ele está neste link.