Você sabe o que mudou na clínica psicanalítica com pacientes limites?
Associação livre, interpretação, transferência: esse é o tripé que sustenta a clínica psicanalítica criado por Freud. Uma proposta que tem sentido para neurose, mas e os casos limites, como ficam?
O sofrimento limite abarca problemáticas ligadas a constituição do eu, ou seja, a integração de quem eu sou. O drama dos nossos pacientes revelam questões relacionadas a esfera da necessidade e não, do desejo. Por isso, ato/corpo, manejo e contratransferência são três pontos que ganham destaque.
Ato/ corpo: estamos falando de um sofrimento que ainda não foi simbolizado. Muitas vezes, experienciado em uma fase que a linguagem não estava presente. Corpo e ato falam e nos contam aquilo que a linguagem ainda não pode elaborar.
Manejo: como estamos no terreno das necessidades e não, do desejo, o manejo tem importância fundamental. Sustentação, previsibilidade são características fundamentais do trabalho terapêutico.
Contratransferência: os pacientes limites veem a vida preta ou branca, ou seja, existem falhas na integração. Por isso, o trabalho com a contratransferência é tão importante, a disposição de mente do analista, assim como o da mãe para o bebê, auxilia na compreensão daquilo que ainda permanece não integrado.
Essas são algumas das mudanças da clínica com pacientes limites que recebem essa denominação, inclusive, por trazer ao limite a técnica clássica. Precisamos repensar e nos permitir resignificar a clínica psicanalítica contemporânea.